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Traços Talantes

Atualizado: 3 de dez.

Fantasmas íntimos

Por Cunhambebão Neto


Como já é de conhecimento geral, esta coluna tem por obrigação e ideal escarafunchar os artistas, pensadores e agitadores culturais da cidade de Campinas. Por opção, preferimos contar as histórias miúdas, daqueles que, por obra do acaso ou ironia da história, acabaram esquecidos quase que completamente da lembrança da cidade e, porque não dizer, do país. Nessa edição, apresentamos, ou melhor, reapresentamos ao público a biografia e a obra do artista plástico e articulista G. J. Machado.


Fantasmas íntimos


Gaspar Jenkins Machado, nascido na cidade de Campinas no ano de 1948, foi um grande artista plástico campineiro, conhecido por uma obra abstrata e obscura, na qual representava seus fantasmas mais íntimos.


Iniciou seus estudos no Colégio Culto à Ciência, onde teve contato com o poeta Vladimir Martinez e o ator Antônio Graça Camargo, companheiros de toda uma vida com os quais fundou, em 76, o Núcleo de Arte Bruta, cujo Manifesto causou frisson e escândalo na cultura da cidade nos libertários anos 70.


De personalidade forte e reservada, no início dos anos 80, com o fim do N.A.B, o artista entra em uma espécie de reclusão voluntário em um sítio no distrito de Sousas, onde viveu e criou naquela que muitos acreditam ser a sua fase mais produtiva e, para muitos, incompreensível.


Nesse período o artista foi visto raras vezes, deixando inclusive de comparecer em suas próprias vernissagens, ficando famoso no episódio em que não compareceu à entrega do prêmio ABCA, do qual foi ganhador, no ano de 1992.

Em seus últimos anos de vida viveu ainda recluso, num casebre na cidade de Arthur Nogueira, no entanto abandonou a produção artística no ano de 1989, data de sua última obra: “O adeus de Lilitka a arder no céu de prata”.


Gaspar Jenkins Machado faleceu no dia 09 de outubro de 1996, de causas sobrenaturais, na cidade de Tanabi, para onde havia se mudado a apenas 1 mês.


Abaixo reproduzimos três obras que compõe a série “Sanguinário” do artista, lançada em setembro de 1976 pelo Núcleo de Arte Bruta.





 

Cunhambebão Neto é o pseudônimo de um atento observador das artes reais e trivais da cidade.

 

 

     

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