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Política de Botequim

2022 tá logo aí.

Por Daniel Soares



E que o cidadão não se iluda, esta quadrilha aboletada no poder terá o mesmo percentual de votos que teve há dois anos.

Aqueles que votaram em um sujeito de poucas e más qualificações não se arrependeram de seus votos. Ao contrário! Consideram-se entregues ao prometido. Ah, sim, à exceção do discurso contra a corrupção, mas isto é de menos. Uma má parcela da população brasileira, que infelizmente constitui grande parcela, não vê a corrupção com maus olhos. Diria até que são pessoas que só esperam o cavalo do bandido passar selado.

Embora estas frases sejam típicas da família de milicianos, eu as ouço por aí desde que comecei a entender a linguagem falada.

O que foi prometido, e está sendo entregue, é um programa que torna o país mais arcaico do que já é. É uma mistura composta por um discurso de costumes ressuscitado depois de 500 anos, e por um discurso econômico montado esquizofrenicamente a partir de recortes de ideias de séculos anteriores ao XX.

Bolsonaro não “vendeu” uma ideia a seus eleitores, ele compilou as ideias deles. Se não, basta ver como as pessoas que o elegeram sempre pensaram, embora por vezes tivessem vergonha de falar: acreditam no modelo de família “papai, mamãe, filhinho que tudo pode, e filhinha deve ser casta”; a floresta amazônica serve apenas para impedir o extrativismo mineral, nos afastando de nosso destino manifesto, que é arregaçar esta porra toda e tirar esta merda da terra para poder vender e nos encher as burras; índio é um bicho folgado que ocupa proporcionalmente mais terra que os brancos, e deve ser integrado ou morrer à míngua; se o cara não gosta de mulher, é por falta de porrada; menina que não gosta de homem precisa ser estuprada para aprender a gostar; preto é pobre porque é preguiçoso. E por aí vai. Embora estas frases sejam típicas da família de milicianos, eu as ouço por aí desde que comecei a entender a linguagem falada.


...um terrorista assumido, associado à milícia fluminense, com contas particulares nunca explicadas, incapaz de tecer raciocínio que conecte três frases...

O que pode mudar a perspectiva de mais quatro anos de insanidade e estultice é a pequena possibilidade de que o restante da sociedade compreenda que qualquer coisa maior ou igual a zero é superior àquilo que é negativo.


Mas, para isto, é necessário que fiquem de lado as picuinhas que permitiram a eleição de um terrorista assumido, associado à milícia fluminense, com contas particulares nunca explicadas, incapaz de tecer raciocínio que conecte três frases, homofóbico, misógino e racista, e, infelizmente, produtivo apenas para aquilo que é destrutivo.


Daniel Soares está mais é de saco cheio.


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