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De bar em bar

Por Adriano Rosa

 


Como diziam os boêmios de carteirinha, o bom mesmo é descobrir e experimentar o que há de saboroso nos botequins da vida. Desde que cheguei a Campinas lá no ano de 1985, os botecos da cidade sempre fizeram parte da minha programação de lazer, gastronomia e cultura.


Muitas amizades que cultivo até os dias de hoje, nasceram nos balcões e nas mesas dos bares da cidade. Sem deixar de mencionar os palcos com música ao vivo e graças à minha curiosidade, que foi onde montei meu perfil crítico musical e por consequência minha vasta e singular discoteca, ouvindo e assistindo os músicos da noite boêmia de Campinas.


Muitos dos bares e botecos que conheci em Campinas no final dos anos 80 já existiam muito antes de eu aqui chegar. Alguns deles abriram suas portas ainda como armazéns de secos e molhados por volta dos anos 30, 40, 50 ou até antes disso, onde as famílias, no caso as mulheres, iam comprar verduras, legumes e mantimentos; enquanto os maridos ficavam de prosa no balcão tomando uma caneca de vinho ou um trago de cachaça, sempre beliscando algum tipo de tira gosto com o dono da bodega.


Nessa minha trajetória inicial pelos bares de Campinas, havia um certo roteiro aleatório de lugares a serem visitados, como o Bar do Vadico, o Candreva, o Presta Atenção, o Vida Dura, o Giovanetti 1, o Bar do Pachola, este que ficava dentro do Mercadão Municipal e alguns tantos outros,  eram por mim considerados portais para uma aventura gastronômica e cultural, onde a baixa gastronomia, nome dado aos pratos e petiscos dos verdadeiros “pés sujos”, guardavam deliciosos sabores e segredos a serem desvendados.


Era ali nas mesas e balcões, nos fins de tarde, nas noites musicais ou nos finais de madrugada, que o pedido tinha nome e sobrenome, com filés e frios acebolados no palito ou à milanesa, cortes diferentes ou criados exclusivamente pelos chapeiros da cidade, como o lanchinho boca de anjo, marca registrada dos botequins campineiros que se mantém viva até hoje, sem esquecermos dos chopps cremosos tirados com maestria, drinks e cervejas geladas na temperatura certa.

Locais como City Bar, o Bar Ilustrada, o Caicó, o Natural e mais uma dúzia de endereços, levavam a sério esse roteiro do ir de bar em bar, pois estavam localizados todos praticamente em duas quadras, próximos alguns poucos metros um do outro no bairro do Cambuí, numa região apelidada por um de seus frequentadores assíduos de Setor.


Era ali nos idos dos anos 80 onde se misturavam todos esses ingredientes, que tempos depois, viriam a ser chamados de cultura de bar. Um pouco de tudo isso está registrado nesse pequeno ensaio sobre os botecos da cidade. Alguns não resistiram ao tempo. Outros ainda continuam na história da boemia de Campinas.


Vida Dura


Presta Atenção


Ilustrada


Bar do Pachola


Nosso Bar


Giovanetti


Bar do Cipó


Bar do Zico


Ponto Chic


Bis Lanches Bar


Pé Sujo Bar


Estrela Dalva


Bar do Vadico


Bar do André


City Bar


Armazém Marostegam


Bar do Aldo



Adriano Rosa é jornalista; desde 1988 atua como repórter fotográfico nos jornais de Campinas.

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