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Editatorial

  • Foto do escritor: URRO
    URRO
  • 2 de abr.
  • 2 min de leitura

Os bitolados que lambiam as botas



Eu assisti ao declínio


do império dos Estados


Unidos da América


God bless it


E o dólar ruir


como gostas de chuva ácida


no vazio do limbo


sobre bandeiras perfuradas


por balas de fuzil,


Imitando estrelas


tombadas no mato alto


de quintais abandonados


Vi uma geração de zumbis


transloucados e perdidos


que perambulam sem rumo


entupidos de opiácios artificiais


Vi os fascistas e neonazistas


saindo novamente do armário


com suas super camionetes esdrúxulas


Depois, vi suas testas riscadas


pela faca do tempo,


enquanto o sangue fétido escorrido


cegava suas vistas


Hoje, nos resta 89 minutos


para o juízo final.


Vi bitolados que lambiam as botas


de bilionários mimados,


numa live repleta de fakes


Com prateleiras de livros idem


fakes ao fundo


Eles sacudiam suas camisetas


da cbf pelas ruas, orando


para pneus de tratores


Enquanto nadavam


Nas praias de esgoto em Camboriú


Vi a ex-primeira dama que matava


carpas para recolher moedas


jogadas numa fonte em Brasília


Assisti ao porco alaranjado


Arrogante e autoritário


Destruir o império dos states


Com sua soberba


Vi esse mesmo porco alaranjado


falar em limpeza étnica em Gaza


e em resorts na beira do mar.


Vi as big techs ruírem como


frames decadentes pelo mundo virtual,


chorando nas fronhas virtuais de nasdac


Vi seus donos quase trilhonários


serem enterrados com suas fortunas


sete palmos abaixo de


campos nutridos pelo


sangue de indígenas


assassinados por brancos


imigrantes europeus.


Vi desertos férteis pelas almas


dos mesmos indígenas massacrados


Pelos avanço de exploradores


Enlouquecidos pela ganância do petróleo,


Vi homens vermes-gado viralatas


asquerosos e auto intitulados


cidadãos de bem sem a menor


vergonha na cara


falarem em nome de


um deus cruel e xenófobo


Vi a extrema direita canalha


usar um boné com os dizeres


"make américa great again"


Vi o uivo arder nas chamas


Dos invernos em mansões


de drywall do Tio Sam


Vi o fantasma de Allen Ginsberg


Declamar o poema Uivo


mais uma vez sobre os


esqueletos das bestas,


enquanto demônios da indústria


armamentista salivam


do alto de um prédio


espelhado. e


assisti ao Golfo do México


continuar sendo chamado de


Golfo do México.


.

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