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Foto do escritorURRO

Editatorial

Atualizado: 21 de jun. de 2022



Urrar é forma de resistência.


É um alerta de que, aqui, nesse pulmão, ainda há força para lutar.


Mesmo que seja pelos resquícios de sobrevida.


Um jeito de mostrar a que se veio ou a que viemos.


Recurso supremo de perpetuação das espécies.


Um jeito de emitir barulho com as próprias forças em direção a quem tiver ouvidos.


Tentativa de afastar ameaças de todos os tipos.


Urro é lugar de fala da liberdade que tem fome.


É ato democrático por natureza.


Agora, fica decretado que é garantido o direito de urrar com todos os fôlegos a todos os seres.


O urro insurge contra as tentativas de intimidação.


É possível urrar de dor. É possível urrar de amor.


É como mostrar as garras afiadas ao som do mar e à luz do céu profundo.


Urre arte! Arte urre!


Substantivo acessível a todas as cores e gêneros.


Voz própria a se soltar na imensidão dos dias e das noites


Grito que ecoa pela floresta escura e no coração da mata.


Bramido a ganhar as ruas das cidades, apartamentos, bares, lares e hospitais.


É também ação suprema de felicidade efêmera durante os Carnavais.


É estampido seco do som do tesão.


É máquina de espantar fascistas!


O planeta também urra ao som de terremotos, maremotos e trovões


E pra você que não entendeu,

não perde por esperar.


Okê Aro! Okê Odê!

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