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Foto do escritorURRO

Bruno Zambelli




Inquilino do sublime


Quem soube naquele sábado

Sem sal, salmo ou santidade.

Quando em transe, aos trapos e em trunfo

Consumi cada gota de sangue, das coxas

Das bocas, das poucas

Gotas

Do teu veneno absurdo.


Coisa maléfica,

Donzela de ferro fundido e argila,

De salvação viraste estricnina

E o descompasso de minha métrica perdida.


Quem soube sobre,

Aquele teu sorriso, solto e solitário

Refletindo ruindade, rugas e rusgas

Ornamentado de ferrugem e fel,

Espelho d’água do teu olhar infértil,

Moribundo,

Estada permanente do meu encanto vagabundo.


Coisinha rodada de renda,

És um tanto ruína e outro tanto esperança,

E o desespero de minha inconstância.


Ouro doirado no céu de março.

Ferro em brasa no peito aberto.

Couro rasgado, mordaça de feltro.


Arreio.

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