Alma depravada
Abri a porta e entrei
Nada vi
Porque nada havia ali
Além de mim
Do que fui e do que era
Do queria e do que fugia
O vazio era todo eu
Numa tentativa infeliz
De assombrar
Me satisfez
Foi tudo
O mais profundo
Que eu pude entrar
E no escuro do mundo
Do meu mundo
Soube que na ausência
De qualquer espécie, matéria
Ou vértebra
Estava eu, bruta, pura.
Uma puta-vácuo com alma.
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