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Foto do escritorURRO

Alessandro Padin




A HORA SELVAGEM



Passei o dia a revisar cada mensagem


Um mínimo sinal, um eco, sussurro


No quarto que em manhã sem sol, escuro


Não guarda nem o cheiro, aroma, imagem



As mãos frias a tocar a hora selvagem


Que arranca azeda e crua o breve futuro


Que vil destrata a fé como casmurro


A erguer torto troféu em brusca passagem



Silêncio e o soprar do vento oeste


A flor branca a crescer rente a janela


O lenço que ao vestir morno reveste



Capricho que essa hora aguda enleva


O cair e levantar, o eterno teste


A luz que mora só em brilhante estrela

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