A HORA SELVAGEM
Passei o dia a revisar cada mensagem
Um mínimo sinal, um eco, sussurro
No quarto que em manhã sem sol, escuro
Não guarda nem o cheiro, aroma, imagem
As mãos frias a tocar a hora selvagem
Que arranca azeda e crua o breve futuro
Que vil destrata a fé como casmurro
A erguer torto troféu em brusca passagem
Silêncio e o soprar do vento oeste
A flor branca a crescer rente a janela
O lenço que ao vestir morno reveste
Capricho que essa hora aguda enleva
O cair e levantar, o eterno teste
A luz que mora só em brilhante estrela
Comments